quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"Educação, educação, educação!"

 

"Educação, Educação, Educação!"

 

(“Education, education, education!” - This text was written in a way to ease comprehensive electronic translations)

 

Klaus H. G. Rehfeldt

 

“Educação, educação, educação!” Foi essa a resposta de Tony Blair, primeiro ministro da Gran Bretanha quando foi perguntado sobre as prioridades de seu país. Isso em 1997, numa época sem internet, sem smartphone, sem google, sem home office, sem...

O Brasil, desgraçada e lamentavelmente, há décadas não consegue sair dos últimos lugares das análises anuais do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) da OCDE (Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico). Acomodação, falta de foco em prioridades, políticas de educação arcaicas e outras incompetências colocaram e mantiveram o Brasil na rabeira das nações em questões de educação. Estamos estagnados nos desacertos da educação do século XX. Enquanto o mundo avançou, desenvolvendo novas estratégias e reformulando objetivos do ensino, acomodamo-nos no lado dos perdedores, restritos a disputas ideológicas.

Causas e efeitos dessa precariedade eram, e continuam sendo de caráter nacional. Essa lamentável situação perpetua-se e é protegida devido ao altíssimo custo de importar conhecimento mais aprimorado de países de tecnologia de ponta. Por outro lado, exportamos boa parte do pouco conhecimento de excelência que produzimos por falta de competitividade no mercado de trabalho internacional.

Há tempo evidenciam-se novos rumos no campo da educação e do ensino. O mundo digital, libertando o homem do trabalho monótono, repetitivo e complementar às máquinas para a aplicação da magnitude de sus capacidades, exige novos paradigmas educacionais. Outros países trabalham em reformas fundamentais nessa área, procurando respostas e adequações às demandas de preparo do cidadão do século XXI. Tristemente, as nações que mais precisam, ou ainda não acordaram, ou lhes falta estrutura. Resta-lhes copiar as experiências bem-sucedidas dos outros.

De repente, a pandemia do novo coronavírus contribui para evidenciar necessidades e dar novos impulsos a ideias e projetos em lenta progressão.             Já há bastante tempo, antigas visões de variantes de home schooling, ou da prática do trabalho em home office, entre outros padrões de vida, vêm sendo experimentadas e aprimoradas, mas a pandemia deu um ímpeto inesperado e significativo à criação de novos cenários. Especialmente essa modalidade de trabalho – sem perspectivas de volta ao passado. Mas as consequências da ampliação dessa forma de trabalho não se limitarão a aspectos de espaço físico, demográficos ou de mobilidade se vistas pelo prisma restrito às fronteiras nacionais.

Especialmente com relação ao mundo do trabalho, seria uma absoluta ingenuidade ou miopia. O mundo é uma vila global. Com a atual interconectividade universal em tempo real, o mundo virtual ignora fronteiras. O home office pode estar situado na mesma cidade da empresa, em qualquer canto do país, mas também na Argentina, nos Estados Unidos, na Alemanha ou no Japão. E não se contrata a pessoa, contrata-se o conhecimento para a realização de uma tarefa (com eventuais brechas fiscais). Com isso, a competitividade no mercado de trabalho deixa de ser local e passa a ser global. Se uma empresa brasileira, por exemplo, necessitar de um engenheiro de energias para elaboração de seus projetos e não encontrar um profissional à altura de suas expectativas no mercado de trabalho nacional, poderá facilmente contratar essa prestação de serviço em qualquer parte do mundo, sem precisar deslocar esse profissional para suas instalações físicas, ou seja, a um custo substancialmente inferior.

Na verdade, trata-se de uma nova variante de uma prática já tradicional de outsourcing de trabalhos de baixa qualificação para mercados de baixo custo da mão de obra como, por exemplo, a transferência de inúmeros call centers operando em inglês para a Índia (ou de alemão para Blumenau).

Há anos, países como a Finlândia ou a Coreia do Sul estudam e estão implantando reformas radicais no ensino, visando o preparo do aluno para o trabalho do futuro. Enquanto no Brasil o aluno de ensino superior ganha uma ou duas apostilas por semestre, lá o programa pode prever a leitura de um livro por semana. Em vez de estudar a vida sexual dos protozoários, aprende-se a refletir e raciocinar; não se busca capacidade de memória, mas inteligência criativa.

Mesmo que tivéssemos na gaveta uma reforma de ensino pronta para introdução, levaria mais oito a dez anos para aparecerem os primeiros frutos. Enquanto isso, nossos bacharéis em direito trabalham de frentista em postos de gasolina e as reais qualificações deixam o país em busca de melhores condições de trabalho e financeiras.

“Educação, educação, educação!”   

 

P.S.: O Ministério da Educação do Brasil deixou de utilizar quase 20% de sua dotação orçamentaria em 2020!

 

Se concordar com o acima exposto, compartilhe – talvez chega lá.

 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Eu, Ignaro Digital

 

Eu, Ignaro Digital

      („Me, a Digital Ignorant” - This text was written in a way to ease comprehensive electronic translations)

 

Sexta-feira, 10 horas, recebo no meu celular uma mensagem do tal whatsapp, informando a necessidade de atualização do aplicativo e a consequente inserção de um código a ser recebido pelo tal SMS (para mim, soa a indústria química). A experiência das coisas reais e concretas dos meus 85 anos de vida recomenda atender ao apelo. Atendi, e dancei!

Na mesma sexta-feira, um pouco depois das 11 horas, toca o telefone e uma ex-colega de faculdade, há anos no silêncio, quer confirmar um pedido meu de empréstimo de dinheiro pelo whatsapp. Em seguida, um telefonema de Floripa pelo mesmo motivo, logo mais, outro igual do Canadá, ... Apelo por ajuda a netos e amigos e fica claro e urgente o próximo passo: correr à loja do meu servidor, deixando metade do almoço no prato. Enquanto isso, minha mulher avisa em seu celular a todos os amigos comuns sobre nossa vitimização pela violação cibernética (vulgo, crime digital).

Lá chegando e ao me ouvir, o atendente não conseguiu esconder, além de sua gentileza profissional, um misto de expressão entre incompreensão e misericórdia pela minha ignorância virtual. Mas valeu a disposição de me ajudar mesmo fora dos serviços previstos e oferecidos pelo servidor. Claro, é loja, não manual ao vivo. Resumo do resultado – esperar sete dias para uma reativação do aplicativo.

O próximo passo leva à delegacia de polícia para expedição de um boletim de ocorrência (BO), afinal, a ação visa obter dinheiro de forma criminosa. E recebo outra prova da minha incultura digital. Depois da primeira frase da minha explicação, o delegado começou a digitar sem mais perguntas, somente a hora do ocorrido. Recebo o documento e agradeço. Já, sentado no carro e lendo o BO com uma exata descrição do ocorrido, invadiu-me um alívio imenso e uma certeza – há mais, aparentemente muito mais, ignaros digitais (e muito mais bandido digital do que imaginamos!). Como não recebi qualquer cobrança, concluo que ninguém caiu no golpe.

Existe remédio, tem cura para mim? Não mais, mas tem neto que resolve (quase) tudo. O que esses netos não sabem é que eles certamente chegarão a um momento de tornarem-se ignaros das tecnologias que regerão sua vida aos 80 (ou já antes); afinal, nossos avós sequer sabiam montar um rádio de galena, a máquina de escrever era uma revolução, o campo era semeado à mão e a braguilha era com botão.

Estamos caminhando para um mundo dividido numa elite digital e a massa de usuários – e dependentes – dos recursos que tal elite disponibiliza?   

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O Medo de Ficarmos Menos

 

O Medo de Ficarmos Menos.

 

(“The Fear of Becoming Less” - This text was written in a way to ease comprehensive electronic translations)

 

Klaus H. G. Rehfeldt

 

Vivemos com a tradicional e inabalável ideia de um mundo com cada vez mais habitantes em todas as suas partes. Na verdade, trata-se, há algum tempo, de um equívoco com relação a muitos países, especialmente europeus. Itália, Grécia e Bulgária, ao lado de outros quase 20 países do continente, mas também o Japão, Taiwan e Coreia do Sul estão projetando reduções entre 10% e 20% de suas populações nos próximos 30 anos. Essas projeções não consideram os efeitos de covid-19 que, na verdade, dão um impulso extra, mas temporário, a essa involução.

O Brasil com uma taxa atual de 1,7 filhos por mulher, 0,4 abaixo da taxa de manutenção populacional, caminha na mesma direção, um curso, por enquanto, ainda atenuado pelo aumento da nossa expectativa de vida. Assim, registramos mais nascimentos que mortes – ainda, porque tal aumento encontrará limites. Mas, a tendência está clara. Nem o baby boom profetizado como resultado do ‘fique em casa’ aconteceu. Pelo contrário, houve uma queda de 7,5% nos nascimentos em 2020 em relação ao ano anterior. Por outro lado, a pandemia causou um aumento de 15% nos óbitos em 2020 e, com isso, uma antecipação de mortes de idosos, o que terá sensível influência na pirâmide etária dos próximos anos.

A perspectiva de uma estagnação e posterior crescimento negativo – sem previsão de duração – de uma população é inédita na história da humanidade. Portanto, não surpreendem reações de cautela, alimentadas pela incerteza do inusitado, do novo.

Na realidade, trata-se de uma mudança nada dramática. Dos 2,8% de crescimento populacional em 1980, estamos nos aproximando atualmente do ponto de crescimento zero (que será apenas um instante), para então entrar em redução da população. Uma diminuição de cerca de 1% ao ano já se constata a mais de uma década nas matrículas de entrada no ensino fundamental com uma queda média de 1% ao ano.

Mudanças populacionais dessa ordem praticamente não são percebidas pelas pessoas no curto prazo. Já o poder público notará um número decrescente de contribuintes e os prestadores de serviços registrarão quedas de clientes. Investimentos historicamente destinados à expansão contínua de infraestruturas poderão ser direcionados ao seu aperfeiçoamento. A economia se ajustará à nova realidade recheada de mudanças expressivas – ela sempre se ajusta. A redução na demanda quantitativa deverá ser substituída pela qualitativa, agregando cada vez mais serviços a produtos mais e mais personalizados. E sempre menos pessoas se beneficiarão das riquezas construídas pelas gerações anteriores.

Menos filhos significam mais chances e mais recursos para sua formação. Da mesma maneira, a cada geração menos herdeiros repartirão o patrimônio familiar, que tenderá a se concentrar ao em lugar dos tradicionais aquinhoamentos.

O panorama, por mais inusitado que seja, parece favorável. De uma maneira geral, o grau de liberdade do indivíduo é inversamente proporcional ao número desses. Até no aspecto sanitário, densidades populacionais menores asseguram padrões sanitários melhores e taxas de contágio mais amenas.

Tudo neste mundo é cíclico e a atual inversão demográfica encontrará, em algum momento, uma reversão. Atualmente, um pequeno impulso extra, dado pela pandemia em curso, está contribuindo para um desejável período de repouso ao nosso planeta e, em resumo, nada justifica medos por motivo dessas novas perspectivas demográficas. Um mundo com novas dinâmicas, novos objetivos e novas racionalidades regerá a humanidade. É um futuro promissor e inexorável, a ponto de merecer ser lembrado nas decisões de longo alcance.       

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Frágil, mas Nocivo.

 

Frágil, mas Nocivo.

 

“Frail, but HarmfulThis text was written in a way to ease comprehensive electronic translations)

 

Klaus H. G. Rehfeldt

 

Há mais de 10 mil anos e o homem, igual aos outros seres vivos, deixou de viver numa simbiose perfeita com a natureza. Até então, caçador e coletor, era elo integrado na fauna e fauna, de macro e micro-organismos. Ele competia com outras criaturas pela sua existência, cada um dotado de constituição e habilidades próprias para assegurar e defender sua vida. Sua liberdade terminava nos seus limites físicos e mentais.

            A fixação na terra e a consequente urbanização começaram a mudar radicalmente esse estado de equilíbrio. Enquanto os caçadores e colhedores extraiam da natureza somente o necessário para viver, ou seja, essencialmente alimentos, a propriedade, seu beneficiamento, sua manutenção e sua defesa passaram a requerer recursos adicionais subtraídos da natureza, como pedras, madeira, colmo, mais tarde minérios – e o trabalho alheio. Da vida na natureza resultou uma vida da natureza.

Ao longo dos tempos, à propriedade somou-se a riqueza, isso é, a acumulação de bens prescindíveis ao atendimento das necessidades básicas. Luxos a suntuosidades de poucos levaram aos nossos dias de generalizado consumo irrefreado de supérfluos de toda espécie com imensas necessidades de matérias primas, enorme consumo energético e gigantescas produções de resíduos, lixos e poluentes sólidos, líquidos e gasosos. Tudo para tornar nossas vidas mais ‘saudáveis’, fáceis e confortáveis. A Terra supre da grama ao nióbio, e recebe produtos transformados e toxicamente concentrados que deverá novamente integrar ao seu estado de equilíbrio físico, químico e biológico.

A aspiração constante por uma vida com mais saúde, facilidade e conforto trouxe inúmeros benefícios para a humanidade, sejam eles materiais, ou imateriais. Mas ao mesmo tempo tornou o homem crescentemente dependente das suas próprias conquistas civilizatórias. Salvo algum lavrador lá do fim da picada, que cidadão moderno conseguiria (sobre)viver na natureza por um tempo mais prolongado? Bastaria um colapso total de energia de alguns dias (por exemplo, decorrente de algum acidente cósmico, como uma erupção solar de maior dimensão) – sem supermercados, combustíveis, TV, canais de comunicação, simplesmente nada funcionando – e mais da metade da população nem sequer chegaria a fontes naturais de alimentos e água que pudessem sustenta-la. Mesmo chegando lá, os clicadores de smartphone saberiam como se beneficiar dos recursos desse ambiente? Vivemos numa evolução tecnológica sem igual na nossa história, mas faltam-nos tecnologia para avaliar e determinar, e coragem para assumir as consequências danosos dos nossos abusos contra o planeta que nos abriga.

Por outro lado, a humanidade nunca chegou a níveis tão elevados de expectativa de vida. Em parte, pela diminuição da mortandade infantil ou em idades adultas – por enfermidades agudas, ou crônicas –, mas também pela própria longevidade atingida por um número cada vez maior de pessoas. Todos esses fatores, no entanto, têm uma causa: a medicina moderna. A dimensão desse suporte à saúde fica clara quando sabemos que em 2018, a receita gerada pela indústria global de alimentos e bebidas foi de US$ 8 trilhões, a propiciada pela indústria farmacêutica, de US$ 1,2 trilhões, item que a 200 anos atrás era praticamente igual a zero. Em outras palavras, par cada R$ 100 gastos para comida, outros R$ 15 pagam, medicamentos; obviamente com maior concentração na população mais idosa com medicação contínua. Assim surge a pergunta: quantas pessoas deixariam de estar entre nós sem tal suporte medicinal? Prova atual dessa fragilidade evidencia-se na elevada taxa de mortandade na combinação do corona-vírus covid-19 com comorbidades, ou seja, debilidades preexistentes controladas, ou não, medicinalmente – assegurando artificialmente condições de vida naturalmente improváveis, senão impossíveis. Na ausência de medicação contínua, milhões de vidas seriam impensáveis, outras teriam essência, mas sem autonomia.

A vida com cada vez mais facilidades e confortos torna-se menos demandante aos nossos organismos, estrutural e funcionalmente. A resposta biológica é evidente: uma gradual perda de vigor e uma crescente fragilidade do arcabouço físico e mental. A compensação encontra-se no balcão da farmácia, até o momento em que a mão não conseguir mais segurar a bengala – o dia da derrocada final.

Fica uma certeza: esta humanidade se extinguirá antes das florestas, muito antes! E dificilmente haverá uma segunda.

 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A Demonização da Oposição

 

A Demonização da Oposição

 

(“Satanizing of the Opposition” - This text was written in a way to ease comprehensive electronic translations)

 

Klaus H. G. Rehfeldt

 

Nota: Nunca comunguei de qualquer ideário socialista/comunista.

 

Inegavelmente, a partir da primeira cerca instituindo uma propriedade, a evolução civilizatória avançou naturalmente para um modelo socioeconômico chamado de capitalismo. Todos os bens materiais ou imateriais tornaram-se passiveis de negociação em busca de algum proveito ou lucro. E nem todo lucro com caraterísticas win-win. Passando por milênios com proprietários de terra e vassalos, uma minoria economicamente independente e um gradual avanço técnico nos meios de produção e distribuição desembocamos numa revolução industrial e num consequente capitalismo descontrolado amplamente conhecido.

A pobreza, até então lá longe no campo, invadiu as cidades onde ganhou visibilidade na sociedade. Em resposta surgiram movimentos de trabalhadores cobrando direitos inéditos e os ideários democráticos encontraram eco e se fortaleceram.              

            Na realidade, as democracias (ou tentativas de) não nasceram da vontade de ‘fracos e oprimidos’, em geral também iletrados, mas de detentores de poder secundário e subordinado, mas peso e influência na sociedade. (As guerras de camponeses na Europa do século XVI, por exemplo, nada, ou muito pouco, conseguiram mudar nas estruturas feudais da época, mas esvaziaram-se na falta de base política.) Coincidência, ou não, os objetivos centrais dos democratas de primeira hora em busca de espaço, e dos socialistas (ou até marxistas) com suas causas ganhando repercussão, não conflitaram, mas se avigoraram mutuamente.

O bipartidarismo típico das primeiras democracias tende a cristalizar os ideários da situação e da oposição da vez. Mesmo não sendo um regime perfeito, seus benefícios para as nações de regime democrático são inegáveis. Surgiram democracias pluripartidárias, dando espaço a mais facetas representativas, mas que no fim resultaram também em situação e oposição, num mundo de economia da livre iniciativa sempre redundando no confronto entre acumulação e redistribuição das riquezas geradas.

Desvios de propósito e abusos sempre houve, e sempre haverá, em geral decorrentes de desequilíbrios entre os poderes. Destacam-se ultimamente entre eles diversas modalidades de populismo, amplamente beneficiadas pelas facilidades de intercomunicação instantânea proporcionada pelas redes sociais. Estratégia típica dos populistas é a divisão da população em ‘nós’, imbuídos de simpatia à paixão, e ‘eles’, passivos de aversão ao ódio.

Uma nação assim dividida se torna frágil política e economicamente, interna e externamente. A oposição legalmente constituída, mas também outros poderes moderadores, são transfigurados em supostos inimigos do governo e do povo e entre ´nos’ é criado um espírito belicoso, cuja difusão se beneficia dos modernos meios de comunicação. Suprimem-se respeito e decoro, e ódios desenfreados, conspirações, difamações e inverdades são disseminados sem quaisquer critérios ou filtros éticos. Voltamos aos tempos primitivos da humanidade? Só falta a borduna? É verdade que apesentar uma crítica bem argumentada é bem mais trabalhoso e demandante de inteligência do que um xingamento ou uma mentira. Mass também é verdade quer não se constrói a prosperidade de uma nação com xingamentos e mentiras. Arisco-me a dizer que o povo é do bem e consciente de que atitudes negativas não produzem resultados favoráveis.

O preâmbulo da constituição de Alemanha reza: “A dignidade da pessoa é intocável”, o que obriga o Estado a assegurar e defender essa dignidade. Não é o nosso caso. Resta então a pergunta, ‘o que fazer?’ NADA, mas entender tais desvios de comportamento cívico como provocações que não merecem reação, ignorar, e deixar os agentes – diretos e indiretos – onanizar-se em suas iras e consumir-se no próprio ácido. (Peguei pesado, sim, mas é o que a hostilidade, truculência e a seriedade da situação exigem.)

O SALDO POSITIVO DO SUCESSO DA HUMANIDADE PROVÉM DE UMA VIDA HARMONIOSA EM SOCIEDADE.